Com violência sou raptado enquanto passeava sozinho na praia...
Sou levado para algures com os olhos vendados!
Uma só mulher, uma só arma, um só desejo.
Sentia-a completamente tresloucada,
quando comecei a cantar-lhe baixinho...
e o resultado foi mais ou menos este
Tudo se passa em segredo, numa praia à beira mar,
sempre em noites de céu negro, sem estrelas nem Luar...
O cenário é um velho hotel, sem janelas para a rua,
sinto-me à flor da pele, numa guerra sem quartel,
Quando te pos toda nua...
Do sofá à alcatifa, o teu corpo vai e vem,
fazes-me sentir Califa, no nirvana de um harém.
Enrolada nos lençóis, endoideces de prazer,
Arrancaste os caracóis, dizes: "já não posso mais...",
e não paras de gemer...
Com um gesto sedutor mergulhas vezes sem fim,
gritas de desejo e dor, nada pode ser melhor,
Queres ficar sempre assim?
Pões-me a cabeça a ferver, mais em brasa que um tição,
chegas-me a fazer perder, (isto assim não pode ser),
toda a réstia de razão.
Ahhhh! Se chego ao pé de ti, deixo logo de pensar!
Ando em louco frenesim, só te quero devorar...
Ahhhh, se chego ao pé de ti...
Depois de muitas horas ali, raptado,
Essa ladra, roubou-me muito do meu sal
sal que seguia nas gotas de suor que me caiam
gotas que se trocaram com as do suor dela!
Levou-me também muito do meu néctar.
Mas assim que ela pousa a arma,
num gesto de extremo cansaço, todo o corpo seguiu
e relaxaste no chão em madeira e quente onde nos encontravamos,
eu consigo escapar daquele sítio...
Pego nos restos mortais da minha roupa,
toda rasgada devido à violência usada por ela e,
consigo sair sem que ela despertasse do sono em que a tinha deixado!
Saio daquele local em passo acelerado,
e não mais de 100 metros andei...
Sou novamente raptado!!!
Com uma letra de Pedro Abrunhosa, que tanto gosto, "Fantasia"
Vulcano
